Poemas escritos por Fernando Graça em imagens (2015)


"a vocêu", escrito pelo poeta e escritor Fernando Graça

"diante do suicídio de um conhecido que se enforcou aos 18 anos, ou: o suicídio nunca vale a pena, escrito pelo poeta e escritor Fernando Graça

versão 2 de "diante do suicídio de um conhecido que se enforcou aos 18 anos, ou: o suicídio nunca vale a pena, escrito pelo poeta e escritor Fernando Graça


"doação ao faminto", escrito pelo poeta e escritor Fernando Graça

"eis o poeta", escrito pelo poeta e escritor Fernando Graça. Ouça esse poema na voz do autor em: https://www.youtube.com/watch?v=s99AWOx6iwk

"poemar II", escrito pelo poeta e escritor Fernando Graça

"Poemar I", escrito pelo poeta e escritor Fernando Graça

"Dança do Século", escrito por Fernando Graça: "Para mim a imagem do artista e do homem do século XXI é a de alguém no meio de dois principais elementos: de um lado, o torso arcaico de Apolo, e do outro, Dante ao lado de Beatriz diante de Deus..."
"O Que é Poesia", escrito pelo poeta e escritor Fernando Graça. "Esse é provavelmente um dos meus poemas preferidos, o mais bem acabado, o mais 'moderno'. Insight puro e, a meu ver, inovador, porque continua a abordagem de contrastes dos últimos poemas do Haroldo de Campos."

Dois Poemas sobre o Ser e o Estar, por Fernando Graça



I

Você vai morrer \\ todos vamos
ramos sem fim 
Saudade do mar \\ do mar de Santos 
mar poluído onde não se vê mais os pés
na areia
Talvez por isso \\ por isso mesmo
seja eu suspenso \ cabeça-nuvem:
Dizem Fome Passe Livre Manifestos
E eu só escrevo sobre Heidegger e Angústia.
Mostram-me indireitas, ex-querdas, descentros,
E só canto o interno.
Sou bicho bicha fraca: não vou à rua.
Foda-se o agora, estou no tempo.
Nenhum homem é uma ilha, mas somos todos desertos:
Andar uma, duas milhas, voltar sozinho,
introverso.

II

são paulo
ou
são palimpsesto?
são paulimpsesto
ao redor e uma voz
na calada da noite
por dentro desses columbários
de concreto:
memória proustiana, não
memento canibal
ouroboros metamórfico, sim
são mefistofélica no sentido goethiano
nunca se detém, quando muito há uma rua
arborizada
uma praça ignorada
mas nunca se detém, sempre em frente, nunca presente
e um descaráter (ético) sem rosto:
um rosto sem rosto
um afronto um monstro
sem essência
avesso sobreposto
Circunvago / tudo nasce sobreposto
tudo e nada / nada é tudo
solidão multidão - circunvago Travessia.
Que fagulhas agulhas arestas
aguentariam tal brecha?
tudo nasce sobreposto: até poesia.