último poema do ano de 2015, por Fernando Graça

prevejo entre frestas
outras pedras
de desvario laborioso
entre traças e ambidestros
uns suicidas de um fosso
e intragáveis frutas
de duro caroço

criaturas em crateras
primazias já pretéritas
e grandes crises
provas fracas granas podres
crime de crucial frêmito

céu de vidro de granizo
treme terra transa crua
pobre terra triste trópico

mas o futuro imprudente
traz primavera
entre os dentes

mas o prudente presente
traz primavera
entre os dentes

- Fernando Graça. 29 de dezembro, 2015.